Esteróides androgênicos anabólicos
 

Os esteróides são derivados sintéticos do hormônio masculino testosterona. A princípio foram criados para uso terapêutico em homens hipogonadais, doença em que os hormônios sexuais encontram-se em níveis bem inferiores aos normais; homens da terceira idade, devido à perda de massa muscular decorrente da idade; e em deficiências nutricionais crônicas ou aidéticos terminais. Porém, começaram a serem utilizados por atletas e freqüentadores de academias com o intuito de se ganhar massa muscular de forma rápida.
A testosterona, porém, possui efeitos tanto androgênicos quanto anabólicos, ou seja, quem a utiliza não só terá o desenvolvimento muscular aumentado como o das características sexuais masculinas secundárias. Em homens pode levar à calvície, aumento de pêlos no corpo e na face e ginecomastia (aumento do tecido mamário). Em mulheres pode levar à perda de cabelos e em alguns casos calvície, surgimento de pêlos no rosto e aumento do clitóris. Em ambos os sexos leva a um aumento/surgimento de acne e engrossamento da voz. A ginecomastia em especial ocorre devido à utilização do hormônio por um grande período de tempo e em altas doses, pois a testosterona acaba sendo aromatizada e convertida em estrogênio, hormônio sexual feminino. Por esse motivo, a maioria dos halterofilistas retira suas glândulas mamárias, afinal eles dependem muito de sua imagem nas competições.

 
Não existe nenhum tipo de esteróide que contenha baixos níveis androgênicos e altos níveis anabólicos, então o método utilizado normalmente é o “empilhamento”, ou seja, a utilização de dois ou mais tipos de drogas, na tentativa de se diminuir os efeitos androgênicos do hormônio. Existem relatos do uso de até seis drogas por ciclo, atingindo-se uma quantidade até 100 vezes maior do que o corpo masculino normalmente produziria. Como resultado, o corpo entende que não precisa mais produzir o hormônio de forma natural.
Vários são os riscos associados à utilização do hormônio:
 
Efeitos colaterais reversíveis:
  • Aumento do LDL (colesterol ruim) e diminuição do HDL (colesterol bom);
  • Aumento da pressão arterial;
  • Irritabilidade e agressividade;
  • Tumor no fígado e na próstata;
  • Peliose hepática (cistos hemorrágicos no fígado).
Efeitos colaterais irreversíveis:
  • Atrofia testicular;
  • Infertilidade;
  • Crescimento ventricular patológico e relaxamento diastólico reduzido;
  • Diminuição do colágeno em tecidos de sustentação.
O efeito que um hormônio exerce sobre um tecido está diretamente relacionado com a sua concentração no sangue e o número de receptores ativos com os quais ele pode se ligar. Ou seja, se o indivíduo tiver poucos receptores de testosterona, não adianta fazer uso grandes quantidades sintéticas do hormônio pois ele não vai ter os efeitos anabólicos esperados.
Será que vale a pena correr tantos riscos para a saúde somente por estética? Porém, se decidir tentar, seu uso deve ser acompanhado e orientado por um médico endocrinologista, realizando exames periódicos para checar possíveis comprometimentos à saúde.

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